quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pesquisadores: material arqueológico no Solar do Colégio

Cachimbos, ossos, moedas, porcelanas entre outros materiais dos séculos XVIII e XIX, foram encontrados pelos pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e o Museu Histórico Nacional no Solar do Colégio, onde funciona o Arquivo Público Municipal Waldir de Carvalho administrado pela Prefeitura de Campos através da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. O projeto intitulado “Café com açúcar: Escravidão  em área de açúcar e café no Sudeste rural”.

De acordo com o arqueólogo Luiz Claudio Symanski, cerca de 10 a 15 pesquisadores estão buscando no local artefatos dos trabalhos dos escravos nos séculos XVIII e XIX, na Senzala, na cerâmica de produção local e nas redondezas. “Estamos buscando fragmentos de peças inglesas e portuguesas, ornamentos e colares, além de restos de animais como porcos, animais silvestres”, disse o arqueólogo.

- Aqui é o começo de um projeto que vamos fazer no interior do Rio de Janeiro, terra do açúcar, e em São Paulo, que é grande produtor de café. Optamos por este local, já que é importantíssimo para a história. Vamos descobrir como viviam as comunidades durante a escravidão e após a abolição – completa, acrescentando que os trabalhos prosseguem até o dia 30 de Julho, com previsão de retorno no primeiro semestre de 2013.

A estudante de Ciências Sociais, Luara Antunes, de 21 anos, ficou encantada com a beleza do Solar. “É inexplicável. Aqui, estamos descobrindo como eram as relações de poder entre as duas classes sociais, o escravo e os senhores. A diferença de consumo já que podiam ganhar seu próprio dinheiro. A pesquisa com o moradores do entorno do Solar vai acrescentar  nos estudos, fazendo  a ligação passado- presente”, destaca.

Riquezas históricas - A presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Patrícia Cordeiro, informa que os moradores e visitantes podem ter acesso às riquezas históricas de Campos através de jornais, registros e documentos da Câmara Municipal de Campos e da Prefeitura de Campos no Arquivo Público. Exposição de fotos sobre a Memória do Solar além do laboratório de restauração de acervo, sendo o único do interior do Estado do Rio de Janeiro. “A política cultural implementada pela prefeitura está resgatando a memória da cidade através do Museu Histórico de Campos e do Solar do Colégio onde a população, a cada dia, está podendo conhecer o que marcou a terra dos índios goitacazes”, disse a presidente.

O Arquivo Público Municipal Waldir de Carvalho funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, na Estrada Sergio Vianna Barroso n° 3060. Maiores informações pelo telefone 2733-9999.

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